Grande Rio desponta como a escola campeã do Carnaval 2025 do Rio de Janeiro no quesito samba de enredo
A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio tem samba feito através de intercâmbio entre compositores do Rio de Janeiro e do Pará Reprodução / Facebook Aca...
A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio tem samba feito através de intercâmbio entre compositores do Rio de Janeiro e do Pará Reprodução / Facebook Acadêmicos do Grande Rio ♫ OPINIÃO ♩ No que depender do quesito samba de enredo, a Acadêmicos do Grande Rio – agremiação de Duque de Caxias (RJ) – desponta como a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro em 2025. Ao menos, essa é a sensação que paira no ar com a audição do álbum Sambas de enredo 2025, lançado hoje, 29 de novembro, com as gravações oficiais dos sambas das 12 escolas do Grupo Especial que desfilarão na Avenida Marquês de Sapucaí entre 2 e 4 de março. Eleger um samba-enredo como o melhor do ano é sempre tarefa delicada, pois a escolha envolve paixões dos foliões pelas respectivas escolas de coração. Mas o colunista, que é portelense, (se) arrisca e aponta o samba de Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho, Marcelo Moraes como o mais bem-acabado de safra a rigor bem mediana e facilmente esquecível. Em ano em que a religiosidade e a fé movem boa parte dos enredos do Carnaval do Rio de Janeiro, a Acadêmicos do Grande Rio cruza uma ponte imaginária entre Rio de Janeiro e Pará – estado natal de Damasceno Gregório dos Santos, o Mestre Damasceno, um dos principais arquitetos do samba – e apresenta um samba-enredo bonito, nascido de intercâmbio entre a agremiação fluminense e Belém (PA). De autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, o enredo Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós incursiona pelo universo amazônico, abordando manifestações culturais afro-brasileiras como o tambor de mina, ritual de fé e encantaria que cultua orixás, caboclos e voduns, de origem maranhense, mas muito presente na cultura paraense. O samba da Grande Rio está à altura do enredo, flui bem e tem arquitetura de samba à moda tradicional. Talvez não se torne antológico e tampouco permaneça na memória dos foliões após o Carnaval (os grandes sambas acabam sendo conhecidos e cantados por torcedores de todas as escolas), mas, diante da safra decepcionante do Carnaval 2025 do Rio de Janeiro, o samba Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós põe a Acadêmicos do Grande Rio entre as favoritas ao título. Até porque, como se sabe, ter um bom samba é meio caminho andado na avenida para chegar à apoteose na Quarta-feira de cinzas, quando são abertos os envelopes com as notas dos jurados. Capa do álbum ‘Sambas de enredo 2025’ Divulgação